SÃO PAULO - Estado de SP amplia nesta segunda-feira capacidade máxima do comércio de 30% para 40%

Na prática, não há lei, multa ou fiscalização para verificar percentual. Nova flexibilização da quarentena com ampliação do horário de atendimento até 22h começa no dia 1º de junho. Com relaxamento, porta-vozes da gestão João Doria (PSDB) admitem possibilidade de novo aumento de mortes por Covid.

Começa a valer nesta segunda-feira (24) no estado de São Paulo a nova flexibilização da quarentena contra a Covid-19 que permite o aumento da capacidade máxima de estabelecimentos comerciais e de serviços de 30% para 40%.

A partir do dia 1º de junho, o limite de ocupação será ampliado para 60%. Antes, a ocupação máxima permitida na atual fase do Plano São Paulo era de até 25%, e foi para 30% no começo de maio.

Na prática, porém, não há lei, multa ou fiscalização para verificar esse percentual.

A mudança foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa na última quarta-feira (19).

A partir do dia 1º de junho, também está prevista nova flexibilização, com ampliação do horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais até 22h.

O anúncio ocorreu apesar da estagnação em patamar elevado de importantes indicadores da pandemia, como número de internações e novos casos confirmados, e de porta-vozes do governo reconhecerem que deve haver novo aumento no número de mortes nos próximos dias.

A ampliação do horário de funcionamento até as 22h, a partir de 1º de junho, valerá para todos os setores comerciais, atividades religiosas, serviços em geral, restaurantes, salões de beleza, atividades culturais, eventos sociais culturais e academias.

Apenas os parques estaduais e municipais serão mantidos com o horário menor que já está em vigor, das 6h às 18h. (Veja detalhes na tabela abaixo).


O estado de São Paulo está, desde 18 de abril, na chamada “fase de transição” do Plano São Paulo, que regula o funcionamento dos setores da economia.

Esta fase, criada para representar uma etapa transitória da fase emergencial, a mais rigorosa da quarentena, não leva em consideração os indicadores da da pandemia no estado. Se índices como taxa de ocupação de leitos fossem levados em conta, a maior parte da população do estado estaria na chamada fase vermelha.

No dia 7 de maio, a gestão João Doria (PSDB) já havia relaxado as regras desta fase para permitir funcionamento de comércio e serviços até 21h e aumentar a capacidade dos estabelecimentos para 30%.


Governo prevê piora da pandemia

A gestão estadual admite que pode haver um crescimento nos números de internações e mortes por Covid nos próximos dias, mas defende que os indicadores não serão piores do que os verificados no pico da pandemia e que, por isso, a flexibilização anunciada nesta quarta é acertada.

"Os dados que temos para as próximas semanas [mostram que] vamos viver uma estabilidade e um possível aumento desses números", afirmou o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo.

Ele afirmou que o número de pessoas internadas deve crescer, mas a projeção estadual é a de que permaneça inferior ao verificado no pior momento da pandemia.

"Temos hoje cerca de 12 mil pessoas internadas em enfermaria. No pico, na pior fase, nós tínhamos 18 mil pessoas. É possível que dentro das próximas 2 ou 3 semanas a gente possa chegar a até 13 mil pessoas internadas. Hoje temos em torno de 10 mil pessoas internadas em leitos de UTI. Tivemos no período mais dramático, 13 mil pessoas em leitos de UTI. Estamos projetando até no máximo as próximas quatro semanas chegar a 11 mil pessoas internadas em leitos de UTI", calculou Gabbardo.

"Então a gente tem uma previsão de um pequeno aumento que não vai chegar nem próximo do que tivemos na fase mais dura", completou.

O porta-voz admitiu até mesmo que o número de mortes diárias deve aumentar nas próximas semanas, a despeito dos anúncios de flexibilização da quarentena.

"Em relação ao número de óbitos, hoje nossa média móvel de sete dias está em torno de 500. No período mais difícil, nós estávamos com 850 óbitos. Temos expectativa de que ainda nos próximos dias possa aumentar. É possível que nós cheguemos, no máximo, a 600 óbitos [por dia] de média móvel. Mas, com a progressão da vacinação, a gente vai ter redução do número de casos graves", afirmou Gabbardo.

O estado de São Paulo chegou neste domingo (23) ao total de 107.614 mortes por Covid-19 e 3.188.105 casos confirmados da doença.

A média móvel de novas mortes, que considera os registros dos últimos sete dias, é de 485 óbitos diários. O valor é 8% menor do que o registrado há 14 dias, o que para os especialistas indica tendência de estabilidade da epidemia.

Embora a média móvel de mortes esteja menor que a registrada no pico da doença de abril, o valor ainda é muito superior ao registrado no pior momento de 2020, quando a maior média móvel foi de 289. O estado continua com número de mortes estabilizado em patamar considerado muito alto.

O número de novas internações pela doença também parou de cair, o que pode indicar novo aumento de mortes nos próximos dias.

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em toda a rede hospitalar são de 79,8% no estado e 76,9% na Grande São Paulo. Levantamento realizado em hospitais privados, no entanto, já aponta ocupação acima de 80% na rede privada.

O número total de pacientes internados no estado com suspeita ou confirmação de Covid-19 é de 22.402, sendo 10.153 em leitos de UTI e 12.249 em enfermaria. Há uma semana seguida o número de pacientes de UTI tem se mantido acima de 10 mil, o que é considerado preocupante por especialistas de saúde.

F.G1

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